sexta-feira, 15 de abril de 2011

O Verdadeiro Sentido do Jejum


De início, quero que fique bem claro uma coisa: Jejum, não pode ser mercadoria de barganha para com Deus. Isto é: “Olha, Senhor, estou jejuando para receber isso e isso de ti”.
Você não pode, antes de jejuar, já ir mostrando uma lista de pedidos para Deus, como se Ele fosse obrigado a atendê-lo pelo sacrifício que você ainda nem começou.
Jejum não é um protesto.
Jejum não é uma greve de fome.
Jejum não é um programa de manipulação de Deus para que Ele atenda todos os nossos desejos sem avaliar as vantagens e desvantagens do nosso pedido. O verdadeiro sentido do jejum está em caráter de submissão a tudo aquilo que Deus deseja realizar em nós, por meio de nós e à nossa volta.
O verdadeiro jejum flui espontaneamente, tendo como principal objetivo um relacionamento de amor e confiança em Deus. É esse o jejum que abre possibilidades além do que possamos imaginar.
Não podemos nos aproximar dele apenas com o interesse de recebermos bênçãos, e sim para desfrutarmos da sua presença, porque o amamos. Você não pode mostrar uma lista de pedidos para Deus antes de fazer o jejum. “Senhor, estou iniciando este jejum para que tu me abras uma porta!”
Jamais! Não pense que isso o fará apto para receber de Deus alguma coisa, pois isso é desvirtuar o propósito do jejum.
Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus. (Sl 51:17)
Quando jejuamos, o fazemos para obter mais comunhão com Deus.
Jejuamos para a edificação da nossa fé.
Para sacrificar a nossa velha natureza pecaminosa. E quando isso acontece, então podemos colocar diante de Deus as nossas necessidades, porque buscamos primeiro o reino de Deus, as demais coisas Ele acrescentará (Mt 6:33).
Temos de levar em consideração uma coisa: não entraremos no céu para recebermos uma nova casa. Entraremos no céu para recebermos uma casa que está sendo construída agora, através da nossa comunhão com Deus (II Co 5:1-2).
Isto significa que cada circunstância da nossa vida tem uma razão. Deus está construindo a nossa casa espiritual, nosso lugar de habitação. O caráter espiritual não é feito no céu, e sim, aqui na terra.
Billy Graham, em seu livro, Meditações Diárias, conta a história de um homem que perdeu seu emprego, a fortuna, a esposa e seu lar. Não obstante, ele manteve a fé, a única coisa que lhe restou.
Um dia, ele parou para olhar alguns homens que trabalhavam com pedras numa grande igreja. Um deles estava entalhando uma pedra triangular.
- O que você está fazendo com isso? – perguntou o homem.
- Você está vendo aquela pequena abertura lá em cima perto do pináculo? Pois bem, estou talhando este pedaço aqui embaixo para que caiba lá em cima. – foi a resposta.
As lágrimas encheram os olhos daquele homem enquanto ele ia embora, porque parecia que Deus havia falado através do trabalhador para explicar a razão da provação que passava: “Estou formando você aqui embaixo para que caiba lá em cima”. Aleluia!
Ora, irmão! Não podemos permanecer para sempre neste tabernáculo terrestre, que é o nosso corpo, da forma que está. Ele é muito frágil e se deteriorará com o tempo e cairá, pois está continuamente sujeito a ser atingido por inúmeros percalços.
O “eu” humano impede a santificação, o “eu” que é arrogância, orgulho e prepotência, em muitas vidas, é que está no trono. Enquanto o “eu” humano for mais forte que a humildade, está no trono e Cristo na cruz. Porém, o “eu” precisa ser crucificado, o “eu” deve ir para a cruz, para Cristo assumir o trono da nossa vida.
É bem certo que o “eu” fará de tudo para não ceder e, muito menos, morrer. Ele lutará até o fim. Quando se pensa que está morto, de repente, ele aparece vivo e forte.
Basta que apareça alguém que pise no seu pé.
Que lhe aponte o dedo.
Que discorde do seu ponto de vista e ofenda aquilo que mais ama.
Então, ele aparece forte, impetuoso e mais vivo do que nunca, pronto para o confronto. Nestes momentos, o caminho para a decida do “eu” do trono é mais difícil ainda. Mas, ele precisa descer do trono da nossa vida e morrer.
A morte do “eu” se dá no dia-a-dia.
Quando calamos, ainda que tenhamos razão.
Quando aceitamos a vontade de Deus sem questionar.
Quando não nos curvamos ante os desejos da carne. O “eu” representa a carne e suas obras. O jejum é o enfraquecimento da carne, aliada mais forte do “eu”.
Eu vos declaro que cada dia morro gloriando-me em vós, irmãos, por Cristo Jesus nosso Senhor. (I Co 15:31)
Há uma grande luta da carne contra o espírito. O alimento do espírito é a comunhão com Deus. Quanto mais forte for a carne, mais as suas obras sufocarão a ação do espírito.
O jejum sacrifica a carne, tirando-lhe a força, porém o espírito que não se alimenta de comida, mas das coisas de Deus, acha alimento no jejum. Porque, quanto mais fraca ficar a carne, mais forte se tornará o espírito, e é nesta hora de comunhão com Deus e fraqueza da carne, que devemos suplicar por ajuda e expor as nossas necessidades.

Antes do Palácio, a Prisão.


Antes do palácio, a prisão

Para que surja uma árvore ou qualquer planta cresça e dê fruto, uma semente precisa ser plantada na terra e morrer. É uma vida que morre, para que outra renasça.
Muitas vezes, o fruto só aparece em nossa vida, quando experimentamos ser plantados na palavra de Deus e, então, morremos para nós mesmos.
Diante da prova.
Do castigo.
Da adversidade.
Da disciplina e aflição, os frutos começam a aparecer.
O ferro se torna mais forte, quando passa pelo processo de temperamento no calor da fornalha. As nossas provas apenas tornam-nos mais úteis para Deus, pois um bebê não pode ser mandado para um campo de batalha. O bebê precisa crescer em força, e tornar-se homem em tamanho e em sabedoria antes de poder pegar uma arma e lutar numa guerra. É a mesma coisa com aqueles que Deus deseja usar.
Achamos que os irmãos de José foram os bandidos da história por tê-lo vendido aos ismaelitas, que o venderam no mercado de escravos do Egito.
Achamos que a ideia de vendê-lo, através daquela trama sórdida, foi somente coisa deles. Sim, esta é a história, pela lógica e evidência humana. Porém, por trás da atitude dos irmãos de José, estava Deus com um propósito. Deus preparou tudo para engrandecer José.

Mandou adiante deles um homem, que foi vendido como escravo: José. (Sl 105:17)

José jamais teria chegado à posição de governador do Egito e provedor de seu povo se não tivesse sido vendido como escravo pelos seus irmãos que o odiavam, e depois acusado pela mulher de Potifar que o colocou na prisão.
Porém, Deus estava presente o tempo todo, fazendo com que todas as coisas contribuíssem justamente para o bem dele mesmo e de toda a sua família. Deus nunca perde o controle dos projetos que Ele mesmo criou para nós.
Certa vez, fui enviado para dirigir uma pequena igreja, numa cidade pequena e, do ponto de vista financeiro, inviável para um pastor como eu que estava saindo de uma igreja considerada rica financeiramente.
Lembro-me de um pastor, amigo meu, que disse: “Não aceite ir para um lugar daqueles!”
Com um sorriso no rosto, disse-lhe: “Aquele lugar só será ruim até o dia em que eu chegar lá!” Não falei isso por arrogância, mas por confiança no meu Deus.
Em outras palavras, não se preocupe em ir a um lugar fraco. No nome de Jesus, Deus o tornará grande e forte. E foi exatamente o que aconteceu. Nunca vi Deus realizar tantos milagres em tão pouco tempo como ali. Glória Deus!
Eu já havia escrito o meu primeiro livro, “Vendo a Chuva Antes das Nuvens”, e nele coloquei que Deus não é limitado por circunstâncias e limites geográficos. Quem tem promessa de Deus transforma deserto em manancial.
Existem momentos que parece que estamos em uma prisão.
Sem amigos.
Sem liberdade de escolha e sem esperança num futuro próximo. Sentimo-nos como se uma grade de ferro nos impedisse de sairmos da inércia para conquistarmos algo.
Prisão é tudo o que nos impede de conquistar algo.
Prisão é tudo o que nos isola.
Prisão é tudo que nos impede de executar nossos projetos.
Mas, às vezes, a prisão é o seminário de Deus para nossa vida, para futuros projetos divinos. Ali se pode permanecer encarcerado a vida toda ou sair para ser governador.
Você compreende o que quero dizer? Não podemos perder a fé no nosso Deus, por causa de uma situação.
Situações mudam, Deus jamais!
Situações passam, Deus permanece conosco.
Só precisamos esperar o tempo de Deus para cumprir o que nos tem prometido. A espera também é uma virtude dos que desejam ser usados por Deus.
Olha só! Mesmo depois de falar com o copeiro de Faraó que ele seria restaurado na corte do rei e de pedir-lhe que contasse a Faraó sobre sua prisão injusta, José ainda teve de esperar dois anos para ser liberto da prisão.
Infelizmente, não posso enganá-lo, existe um fator chamado tempo que pode ser progressivo ou regressivo para a nossa prova.
Esses dois anos foram o tempo do preparo de Deus para que José finalmente ficasse pronto para ser levado a uma posição de poder e autoridade, o segundo no Egito, depois de Faraó, uma posição que usou para alimentar todo Israel durante a fome. (Sl 105:17)
Ah! Se pudéssemos compreender isso.
A nossa dor da prova aliviaria.
As nossas lágrimas diminuiriam e a nossa fé não vacilaria.
Quando as injustiças, tribulações, rejeições e mal-entendidos surgem em nossa vida, Deus os usa para um propósito. Se não formos culpados por transgressões e não tivermos sofrendo por uma desobediência voluntária, então creiamos que Ele fará com que todas as coisas que parecem estar contra nós, contribuam simplesmente para o nosso bem. (Rm 8:28)
Enquanto passamos pela prova, esperando por uma resposta de Deus, algumas vezes, Ele parece lento em vir em nosso socorro, mas Ele nunca chega tarde demais. Seu tempo é sempre perfeito. Aleluia!